Foto mostra mulher com o punho erguido. Em seu caso, reflete o texto gravidez forçada é tortura. A sua frente, bandeira verde com os dizeres legalizar o aborto / direito ao nosso corpo!

‘Aborto legal, seguro e gratuito’: o grito das mulheres no dia 28 de setembro

No dia da Luta pela Descriminalização e Legalização do Aborto na América Latina e Caribe, o Nós, mulheres da periferia acompanhou a manifestação pela causa em São Paulo (SP). Confira:

Por Amanda Stabile

29|09|2023

Alterado em 29|09|2023

Ontem (28), no dia da Luta pela Descriminalização e Legalização do Aborto na América Latina e Caribe, centenas de pessoas se reuniram na Avenida Paulista, em São Paulo (SP), para reivindicar que o aborto legal, seguro e gratuito seja uma realidade no país.

O julgamento virtual da Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442, que visa à descriminalização do aborto voluntário até o terceiro mês de gestação, também incentivou a população a ir às ruas. O processo foi pausado para que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) discutam pessoalmente o tema, mas ainda não há previsão de quando voltará à pauta.

O Nós, mulheres da periferia acompanhou a manifestação e conversou com alguns participantes para saber suas motivações particulares para estarem ali. Confira:

Maria Clara Ferreira da Silva, da Frente de São Paulo contra a Criminalização das Mulheres e pela Legalização do Aborto

Foto mostra Maria Clara sorrindo para a câmera

Para Maria Clara, a ADPF 442 é uma oportunidade de avançarmos em relação aos direitos reprodutivos

©Amanda Stabile

“A Frente Estadual pela Legalização do Aborto entende que o dia 28 de setembro é um dia histórico para as pessoas que gestam e que lutam pela legalização do aborto e por todos os direitos reprodutivos. Esse ano, não diferente dos outros, nós chamamos uma mobilização para estar aqui. Por causa da ADPF 442, a sociedade ficou mais polarizada sobre o tema, que está sendo colocado em pauta. Então, achamos extremamente importante manter essa data como dia de luta e defender a ADPF 442 como uma oportunidade de avançarmos nos direitos reprodutivos”.

Giuliana Santana

Foto mostra Giuliana segurando uma placa com o texto:

A médica Giuliana foi para as ruas pela vida das mulheres e das crianças

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“Eu sou médica e o aborto está entre as cinco principais causas de morte materna no Brasil. Então eu estou aqui para defender a vida das mulheres e das crianças, porque o direito ao aborto é um direito a vida”.

Hanna Rodrigues Varteresian

Foto mostra mulher segurando uma placa com o texto

O cytotec, citado no cartaz segurado por Hanna, é como o misoprostol, medicamento usado para induzir o aborto, é conhecido popularmente

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“Eu estou aqui porque eu acredito no direito das pessoas de decidir sobre o próprio corpo e que isso vale tanto para homens quanto para mulheres. E eu sonho com um dia em que todos nós vamos poder ter dignidade”.

Rebeca Mendes, fundadora do Projeto Vivas

Foto mostra Rebeca com o punho levantado

Rebeca mostra sua tatuagem recente de arruda, planta símboloda campanha Nem Presa Nem Morta, criada em favor da descriminalização do aborto no Brasil

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“Eu estou aqui por mim, pelas que me antecederam e aquelas que vão me suceder. A descriminalização do aborto é um tema de extrema urgência, de importância tanto para a autonomia econômica da mulheres, quanto para a justiça reprodutiva e a justiça social. Estamos lutando para que mais nenhuma menina de onze anos seja obrigada a ouvir de um juiz que ela “pode aguentar mais um pouquinho”. Para que nenhuma mulher vítima de violência sexual que vai procurar ajuda ouça, de quem deveria acolhê-la e garantir seus direitos, que a única opção que ela tem é gestar um feto e que com um tempo ela vai desenvolver amor pelo fruto de uma violência. Nós estamos aqui para mostrar que o povo tem força e mostrar para o executivo, legislativo e judiciário que nós queremos a descriminalização do aborto”.

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